Imersão criativa e histórica na linguagem do cinema documentário, seus limites e possibilidades através de suas vertentes contemporâneas: o filme-ensaio, o cinema de não-ficção, de autoficção e outras expressões autorais. Por meio de exercícios e exibição de trechos emblemáticos de filmes do gênero, o curso mostrará estratégias narrativas da dramaturgia “documental”, permitindo aos alunos uma visão panorâmica e reflexiva da produção atual.
Aula 1 | História e estética do documentário
A origem histórica do documentário. “Poeira e tédio”: o conceito de Alberto Cavalcanti.
A tradição jornalística. Os efeitos da nomenclatura e a voz de Deus.
Os esquemas narrativos. A lógica linear e cronológica na formulação da estrutura.
O cinema etnográfico: Major Thomas Reis, Silvino Santos e Jean Rouch.
O documentário verdade e observacional: a revolução tecnológica. O som direto.
Exercício prático.
Aula 2 | Narrativas híbridas no documentário
Os limites da linguagem do documentário: fronteiras entre ética e estética.
A relação entre tema e método.
O uso do docudrama.
A primeira pessoa: o sujeito no discurso documental.
O documentário moderno. A visita e a entrevista.
A falsa ficção.
Aula 3 | Formas experimentais do documentário
O falso documentário: a paródia como negação do “real”.
O filme-ensaio e o cinema não-ficcional: a mise-en-scéne, os não-atores e a construção da paisagem sonora.
O metadocumentário: o autor como personagem-tema.
Aula 4 | Documentário de invenção: forma, subjetividade e desconstrução
O anti-documentário: expressões contemporâneas.
Os dispositivos anarrativos: a dramaturgia formal, o perspectivismo.
O documentário de invenção: a montagem como personagem.
A autorrepresentação, a autoficção e o cinema performativo. “Eu é um outro.”
Aula 5 | Encerramento
Apresentação dos exercícios práticos.
Sobre o professor: Joel Pizzini é diretor de “Caramujo-flor” (1988), “Enigma de um dia” (1996), “Glauces: estudo de um rosto” (2001), “500 almas” (2004), “Dormente” (2005) e “Anabazys” (2007), esse último selecionado para o Festival de Veneza e vencedor do Prêmio Especial do Júri no Festival de Brasília. Realizou também, entre outros, “Elogio da Graça” (2011), vencedor de Melhor Curta no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, e “Mr. Sganzerla – Os signos da luz” (2011), vencedor do prêmio de Melhor Documentário de Longa-metragem Nacional no 17º Festival É Tudo Verdade. Seus trabalhos mais recentes incluem “Zimba” (2021) e “Rio da dúvida” (2018).