Baseado no conceito criado por Susan Sontag no seu artigo "Notas sobre o camp", publicado em 1964, como parte do livro “Contra a interpretação e outros ensaios”, o curso abordará desde o conceito do que é camp e as manifestações nas artes até a imensa influência dessa estética no cinema e na música. As aulas também investigarão a ligação bastante próxima entre a estética camp e o olhar e a sensibilidade queer.
Aula 1 | A estética camp segundo Susan Sontag
O que é camp? Ícones camp: May West, Maria Alcina, Carmen Miranda, Oscar Wilde, Quentin Crisp, Andy Warhol e a pop art, Abajures Tiffany, Scopitones, o balé “O lago dos cisnes”, as óperas de Bellini e a cantora cubana La Lupe. Os musicais de Busby Berkeley.
A exposição “Camp: Notes on Fashion", apresentada no Metropolitan Museum de Nova York em 2019.
Aula 2 | O camp no cinema nos anos 1960 e 1970
A aula mergulha no subgênero hagsploitation, analisando “O que terá acontecido a Baby Jane?” e “Triângulo feminino”. Será explorado o cinema camp em “Mamãezinha querida” e nas adaptações de Tennessee Williams e Truman Capote. Também será discutida a estética de “O homem que veio de longe”, a trilogia composta por “Trash”, “Flesh” e “Heat”, de Andy Warhol, e o cinema brasileiro com “Os monstros de Babaloo” e a diva Helena Ignez.
Diretores subversivos
Partindo do artigo “Camp/Anti-Camp”, de Bruce LaBruce, será analisada a estética exagerada e subversiva em cineastas como John Waters, Pedro Almodóvar, Fassbinder e Paul Bartel. Também serão discutidos ícones como Divine, Amanda Lepore e o casal Jeff Koons & Cicciolina, além de filmes marcantes como “Parceiros da noite”, “Velvet Goldmine” e “Cidade dos sonhos”.
Aula 4 | O camp contemporâneo
Documentário “Paris Is Burning” e sua versão brasileira, “Salão de baile”. Será analisada a influência do camp no audiovisual, incluindo as séries de Ryan Murphy, e serão discutidos filmes como “Rotting in the Sun”, “Faca no Coração” e “Coringa: delírio a dois”. Também serão abordados ícones como Edy Star, Maria Alcina e Grace Jones, além da moda em “Marie Antoinette” e no trabalho de estilistas icônicas.
Sobre o professor: Duda Leite é cineasta, jornalista e curador. Formado em cinema pela FAAP, começou sua carreira no audiovisual na década de 1990, dirigindo curtas como “Serial Clubber Killer” (1994), vencedor da primeira edição do Festival MixBrasil. Em 2010, lançou seu primeiro longa-metragem, o documentário “Tikimentary – Em busca do paraíso perdido”, selecionado para a Mostra de Cinema de São Paulo e para o Festival In Edit. Como jornalista, colaborou com veículos como o UOL, Vogue, Playboy e Bravo! Atualmente, colabora com a Harper's Bazaar, a Folha de S. Paulo e mantém o podcast semanal Pop Op Drops. Como curador, Duda montou a exposição “Musicais no cinema” (2020), sobre a história do gênero cinematográfico, além da exposição “Spectacle - A história dos videoclipes” (2012) e “It's Rock” (2014), dedicada ao fotógrafo inglês Mick Rock, todas realizadas no MIS (Museu da Imagem e do Som), em São Paulo. Duda também participa do comitê de seleção de festivais como a Mostra de Cinema de São Paulo, Kinoforum/Festival de Curtas de São Paulo, MixBrasil e o Festival Curta Cinema, no Rio de Janeiro.