"Maio Fotografia no MIS" é um projeto de exposições fotográficas, que ocupa globalmente todas as galerias do museu. Ao longo dos anos, diversos fotógrafos e fotógrafas de diferentes origens e gerações ocuparam o espaço do museu, dando protagonismo a um dos suportes mais presentes na coleção do próprio MIS: a fotografia.

Após um hiato, o projeto renasce trazendo exposições inéditas e exclusivas, além de uma seleção precisa e cuidadosa da coleção do próprio museu, formada por mais de 140 mil imagens. Os artistas que compõe a edição de 2024, com curadoria do diretor-geral do MIS, André Sturm, incluem: Sebastião Salgado, aclamado fotógrafo brasileiro, numa série jamais vista sobre a Revolução dos Cravos em Portugal, 50 anos atrás; Thereza Eugênia, fotógrafa baiana que registrou de forma íntima o convívio de artistas brasileiros no Rio de Janeiro das décadas de 1960 a 1980; Sergio Poroger, que traz um resgate, esteticamente belo e ao mesmo tempo triste e necessário, dos cinemas de rua do Brasil e do mundo; Gabriel Chaim, experiente fotojornalista, que cobriu diversas guerras, em registro do seus últimos dez anos na linha de frente da missão de registrar em imagens esses horrores; e Bruno Mathias, fotógrafo selecionado pelo programa Nova Fotografia, com uma produção que nos remete à fantasia de paisagens tradicionais.

Além dos fotógrafos mencionados, a exposição conta com uma seleção da Coleção Allan Porter, trazendo imagens icônicas da memória coletiva do séc. XX e uma curadoria especial na coleção do próprio MIS, com quatro fotógrafas engajadas e com diferentes perspectivas por trás das lentes.

Deste modo, a exposição – que reúne ao menos sete em apenas uma – exalta não apenas a fotografia, mas principalmente sobre onde ela pretende chegar, e o que comunicar. Uma imagem não é apenas uma imagem. A reestreia do MAIO FOTOGRAFIA NO MIS oferece aos visitantes, sejam eles amantes da linguagem fotográfica, ou de qualquer outro tema que ela possa conter em si, um momento de contemplação, memória e reflexão.

"50 anos da Revolução dos Cravos em Portugal" | Sebastião Salgado

O renomado fotógrafo Sebastião Salgado apresenta uma série inédita. A partir de registros feitos por Sebastião na déc. de 1970 em Lisboa, na cobertura da Revolução dos Cravos a exposição exibe fortes imagens enquanto o fotógrafo era membro da Agência Magnum. As fotografias ficaram guardadas pelos últimos 50 anos e vem à público pela primeira vez no aniversário de um dos maiores marcos da história de Portugal e da democracia na Europa.

"10 anos de guerras sem fim" | Gabriel Chaim

[Classificação indicativa | 16 anos]

O fotojornalista Gabriel Chaim registra conflitos em diversas partes do mundo há mais de dez anos. Sua experiência em coberturas de guerras, colocando-se muitas vezes em risco, o posicionou como um dos mais premiados fotógrafos do gênero em sua área. Com "10 anos de guerras sem fim", uma coletânea de registros feitos por Gabriel nos contam um pouco de tragédias e contendas religiosas e territoriais em regiões como Síria, Armênia, Iraque, Líbia, Iêmen até, mais recentemente, Ucrânia. A exposição também registra o lançamento do livro homônimo do artista.

"Encontros" | Thereza Eugênia

A baiana Thereza Eugênia frequentava as rodas culturais mais ativas no Rio de Janeiro entre as décadas de 1960 e 1980. Sua amizade com o produtor musical Guilherme Araújo e diversos artistas lhe permitiram, a princípio como um hobby, fotografar as estrelas em momentos dos mais variados. A exposição "Encontros" retrata figuras muito conhecidas do grande público em situações comuns do dia a dia. Nomes como Chico Buarque, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Ney Matogrosso, Gal Costa, Gilberto Gil, Fafá de Belém, Djavan, Gonzaguinha, Zezé Motta, Roberto Carlos estão na exposição através do sensível olhar de Thereza Eugênia.

Acervo MIS – Mulheres na frente e por trás das câmeras

O acervo do MIS conta com uma vasta diversidade de itens, entre os mais variados suportes. Compondo o Maio Fotografia deste ano, a curadoria elegeu três fotógrafas, de origens e períodos diferentes de atuação, para materializar a vastidão e profundidade dos temas, suportes e modos presente em sua coleção com mais de 140mil fotografias. Integram a mostra a inglesa-brasileira Maureen Bisilliat, a cubana Maria Eugenia Haya, a paulistana Lucila Wroblewski e a sérvia radicada no Brasil Gordana Manić. Esta última, uma das selecionadas no primeiro do programa Nova Fotografia, responsável por revelar expoentes da fotografia contemporânea nos últimos doze anos.

"Como a história foi contada" | Coleção Allan Porter

[Classificação indicativa | 16 anos]

Allan Porter, jornalista e editor, esteve por mais de dez anos à frente da Revista Camera, umas das mais importantes publicações sobre fotografia no mundo. Sua coleção contém milhares de cromos e negativos de várias épocas diferentes. Com acesso irrestrito a este rico acervo, a curadoria do Maio selecionou para esta edição um apanhado das fotos mais célebres da Associated Press, agência que cobriu para jornais e periódicos, momentos emblemáticos do séc. 20. Entre as imagens, diversas feitas por vencedores do Prêmio Pullitzer de jornalismo.

"Infravermelho, uma realidade oculta" | Bruno Mathias | Nova Fotografia

Nova Fotografia é o mais longevo programa de aquisição de novos artistas do MIS. Através de uma convocatória seis séries inéditas de novos fotógrafos são eleitas por ano para ter uma exposição exclusiva individual no MIS, além de incorporação das imagens ao acervo do MIS. No Maio Fotografia deste ano série de Bruno Mathias mostra uma visão inusitada das paisagens mais banais. Através de um registro de mecanismo infravermelho, o artista revela imagens que remetem a um universo onírico e por vezes distópico.

"Uma rua chamada cinema" | Sergio Poroger

O publicitário e fotógrafo Sergio Poroger percorreu muitas cidades do Brasil e do mundo registrando uma safra de estabelecimentos que, por conta de diversas modificações socioculturais, se tornaram quase raridades: os cinemas de rua. Com a ideia vívida de não deixar esses espaços de aquisição de cultura e entretenimento se perderem, Sergio registrou cinemas em diversos países onde a vontade de manter a história do cinema "tradicional" se mantém presente. Através de imagens de salas e prédios, em uso ou obsoletas, o artista nos guia a uma viagem no tempo, tempo este que também é o nosso presente.