A partir da concepção da teoria crítica, o curso tem como objetivo geral conceituar, expor e comentar as relações entre a emergência do fenômeno social e estético da moda e as noções e categorias de modernidade, pós-modernidade, a sociedade de consumo, a formação da individualidade, a moda como arte no contexto capitalista e a produção de imaginário coletivo por meio da circulação e difusão das imagens (editoriais, campanhas, fashion films, desfiles e vitrines).
Desde a tradição de pensamento do mundo antigo, filósofos afirmam que habitamos o mundo pelo modo como habitamos os nossos corpos. Se na Antiguidade Clássica e na Renascença o corpo foi concebido como beleza matemática (proporção, simetria, harmonia e ordem), no mundo moderno artistas e criadores de moda propuseram a reinvenção das formas do corpo. A partir desse contexto de época, o corpo torna-se fragmentado e decomposto. Cabe ao artista propor novas perspectivas de belezas e concepções de corpos. Desta maneira, o objetivo do curso é traçar uma breve história do corpo e sua representação iconográfica na Antiguidade, no Medievo e na Renascença, ressaltando suas diferenças a partir do modo como pintores, escultores, poetas, escritores e costureiros/estilistas ressignificaram e reinventaram a noção de corpo/corporeidade como tópico fundamental para o modernismo nas artes e na moda.
Aula 1 | Corpo na iconografia da Antiguidade Clássica, no Medievo e na Renascença.
Aula 2 | O corpo na história da moda.
Aula 3 | A fragmentação e a decomposição do corpo entre as modernidades dos séculos 19 e 20.
Aula 4 | O corpo na pintura, escultura, poesia e literatura do século 20.
Aula 5 | A reinvenção das formas: o corpo no design e na moda modernistas do século 20.
Aula 6 | Moda e os corpos queers e decoloniais.
Sobre o professor: Brunno Almeida Maia é doutorando em Arquitetura e Urbanismo na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), com pesquisa sobre moda e arquitetura. Mestre em Filosofia, Ciências Humanas e Teoria de Moda pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Foi curador da exposição “Ema e a moda no século XX: as roupas e a caligrafia dos gestos”, na Casa Museu Ema Klabin, e do ciclo de conferências “A atualidade de Marcel Proust (1871-1922)”, no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc SP. É professor convidado em diversas instituições, como Universidade de São Paulo (USP), Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), Instituto Europeo di Design (IED) e Centro Universitário Belas Artes.