O curso reflete sobre o cinema enquanto invenção da modernidade e sua evolução paralela e influenciada pelas vanguardas históricas na arte, do início do século 20, enquanto diretores procuravam desenvolver uma linguagem original para esse novo meio de comunicação voltando-se para as rupturas visuais de movimentos como o impressionismo, o expressionismo, o dadaísmo, o surrealismo etc. Pretende-se contextualizar histórica e esteticamente tais movimentos nas artes e como filmes produzidos nas primeiras três décadas do século dialogam com as transformações estilísticas, filosóficas e ideológicas do período. Serão abordados aspectos da filosofia da arte, da psicanálise, da psicologia analítica e da história social para dar base teórica às discussões.
Aula 1 | Da caverna de Lascaux à caverna de Platão – como a ideia de projeção e imaginação permeia a ontologia da imagem em movimento. As narrativas visuais ao longo da história da arte. Caravaggio, um proto-cineasta. A crise da arte na era da fotografia. O surgimento da imaginação ativa no cinema do final do século 19.
Aula 2 | O expressionismo como crise da modernidade e seus desdobramentos no cinema alemão, bem como a influência dessa estética no cinema mundial a partir da década de 1930.
Aula 3 | Tensão entre futurismo e dadaísmo e o nascimento do cinema experimental e abstrato versus o surgimento do conceito de indústria cinematográfica na Itália e nos EUA.
Aula 4 | O impressionismo cinematográfico como filosofia do autor na França e o retrato da decadência da modernidade.
Aula 5 | O surrealismo e o cinema do inconsciente. Tudo se realiza no desejo reprimido?
SOBRE O PROFESSOR: DONNY CORREIA é poeta, cineasta, escritor e pesquisador; mestre e doutor em Estética e História da Arte pela Universidade de São Paulo, com pós-doutorado em videoarte brasileira pelo Museu de Arte Contemporânea da usp. É membro da Associação Brasileira dos Críticos de Cinema e da Associação Brasileira dos Críticos de Arte. Autor de cinco coletâneas de poemas, entre as quais Balletmanco ([e] editorial, 2009), Corpocárcere (Patuá, 2013) e Touro Medusa (Desconcertos, 2022). Como pesquisador em arte e cinema, organizou a antologia Cinematographos: antologia da crítica cinematográfica, de Guilherme de Almeida (Editora Unesp, 2016), e reuniu críticas e ensaios autorais em Cinefilia crônica: comentários sobre o filme de invenção (Desconcertos, 2019). Entre 2017 e 2024, publicou artigos sobre arte, literatura e cinema em periódicos como Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, revista Cult, e, em Portugal, ArteCapital e Cinema Sé7ima Arte. Como cineasta, realizou, entre outros, Braineraser (2008), Totem (2009, selecionado para a 34ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo), e Era o tempo sofrendo de amnésia (2025, em colaboração com Rafael Bagnara). Atuou por quinze anos na curadoria de ações culturais dos museus Casa das Rosas e Casa Guilherme de Almeida. É professor dos departamentos de Cinema e Artes Visuais do Centro Universitário Belas Artes, em São Paulo, e criador do canal “Uma teia de ideias”, no Youtube, no qual discute arte, filosofia e psicanálise. Sua obra mais recente é O cinema de Walter Hugo Khouri (Cosac edições, 2025).