O curso analisa a filmografia de Charles Chaplin a partir de símbolos arquetípicos da psicologia analítica de Carl Gustav Jung e do conceito de “composição confessional”, onde a expressão estética traduz uma experiência carregada de valor psicológico. Com base nos conhecimentos da psicologia, os filmes, personas e padrões chaplinianos serão analisados levando em conta seu contexto psicossocial, histórico e arquetípico. As aulas apresentam uma exploração crítica do processo de composição de personagens e narrativas por meio de um olhar analítico ampliado na teoria junguiana.
Aula 1 | Criação artística e “composição confessional”
Freud e o caso Da Vinci. A arte como expressão lúdica da libido. Jung e o inconsciente coletivo da arte. Nise da Silveira e a expressão da loucura.
Aula 2 | Chaplin, a vagabundagem e o arquétipo da criança feia
Os filhos do pós-guerra. Chaplin, a criança, o “trickster” e a vagabundagem. O drama do abandono parental e o contexto coletivo.
Aula 3 | Fase iconoclasta e fase política: da era Keystone a “O garoto”
Desenvolvimento da persona do vagabundo na era dos curtas da Keystone, Essanay e Mutual, com destaque para o tema da saudade do materno em “Os clássicos vadios” (1921) e "O garoto" (1921) e do arquétipo paterno como embrião da crítica social em “Carlitos nas trincheiras” (1918) e “Vida de cachorro” (1918).
Aula 4 | Maturidade: os longa-metragens
Análise do processo de amadurecimento pessoal do autor na era United Artists. O acerto de contas com o arquétipo paterno em “O grande ditador” (1940) e Monsieur Verdoux (1947). O destino do arquétipo do “puer” em “Um rei em Nova York” (1957) e a morte simbólica em “Luzes da Ribalta” (1952).
Sobre o Professor
Marcello Gabbay é doutor e mestre em comunicação e cultura pela UFRJ, com estágio sandwich na Université Paris-Descartes (Sorbonne V), onde estudou com o sociólogo junguiano Michel Maffesoli. É especialista em psicologia analítica pelo Instituto Junguiano de Ensino e Pesquisa (IJEP-SP) e em musicoterapia preventiva e social pela FMU. Professor universitário, é coordenador dos cursos de comunicação na USJT, pesquisador e autor dos livros “Comunicação poética e música popular” (Appris Editora, 2017) e “Música estranha” (editora Paka-Tatu, 2021), além de diversos artigos publicados no Brasil, América Latina e Europa.